A norte reina uma paz
instável nas terras dos Vinquingues que submeteram os Vândalos e Aesa, a
sua rainha, sob apertado cerco; para sul, estabeleceram-se o Império e a
fé cristã, em boa vizinhança com a Ilha dos Sonhos; muito longe, ainda
mais para sul, fica a ilha do maquiavélico Sigarr, onde no último volume
Edwina assistiu ao desaparecimento do seu amado Edwin nas águas
profundas do oceano. Contudo, na sombra, os mestres da Arte Obscura
conspiram: não desistem de se assenhorar das Pedras Mágicas da
feiticeira Aranwen. Julgando Edwin morto, Edwina, a Rainha do Sol,
deposa Ivarr, e todos esperam dela um herdeiro que perpetue a linhagem
dos reis vinquingues. Mas será que mistérios ainda ocultos virão a
alterar o rumo dos acontecimentos? Poderão, como profetizado, as
essências do Sol e da Lua fundirem-se numa só, para darem origem a um
Conhecimento superior, como o de um deus? Serão os nossos heróis
suficientemente fortes e determinados para superarem todas as provas que
o destino lhes impõe.
http://sandracarvalho.cjb.net
Estou sem fôlego! Bravo Sandra, bravo!
Chegados ao quarto volume da saga, a acção intensifica-se, as emoções explodem... Sim, explodem! O Círculo do Medo prende-nos numa espiral de acontecimentos que nos deixam a querer ler mais, mais e mais!
É a continuação de Lágrimas do Sol e da Lua, seguindo a história de Edwina e os seus conflitos entre o dever e o coração. Porém, enquanto o livro anterior deixou o gosto de uma introdução, é neste volume que o verdadeiro desenvolvimento acontece e a leitura se torna mais viciante. Sem dúvida, o meu preferido até agora!
Desde o primeiro livro que o enredo da história se desenvolve quase ao mesmo passo de uma telenovela... O que é tão bom quanto mau, dependendo do leitor e das suas expectativas. Não obstante, é uma solução eficaz para quem, como Sandra Carvalho, se compromete a escrever uma história tão extensa com tantas reviravoltas! Aliás, ao contrário da maior parte das novelas, tudo parece muito bem pensado nesta saga. Nenhum passo, por muito pequeno que seja, é em vão. Desde o primeiro livro que a autora parece escrever a pensar no último, criando uma agradável panóplia de elementos, situações, pormenores, sem qualquer dúvida importantes no desfecho.
Adorei conhecer uma Edwina mais madura. No seu primeiro livro, não é a personagem mais convincente. Já neste, temos finalmente a honra de conhecer uma mulher muito poderosa e confiante dos seus poderes (o que, para mim, a eleva como protagonista, visto que a sua mãe apesar de poderosa raramente confiava plenamente em si). Tudo parece suceder-se a alta velocidade, é até agora o livro mais chocante (quantos acontecimentos inesperados, quanta emoção!) e, como se não bastasse, o fim do livro deixa-nos sedentos de mais (também hábito da escritora)!
Mais uma vez, uma leitura apaixonante e que vivo a cada página. Mas sou obrigado a avisar: se não gosta de Fantasia, não pegue nesta saga. Se não gosta de ler histórias onde a magia resolve tudo, não vale a pena o esforço. Aliás, é impossível não reparar que a magia está sempre lá para ajudar as nossas personagens, quer seja num ferimento impossível de ser curado, quer seja para mostrar o caminho certo. Eu próprio nem sempre tolero esta abordagem, visto que torna a história demasiado inacreditável. Visões e águas milagrosas são caminhos fáceis, e um bom contador de histórias deveria conseguir evitá-los...
Mas a escrita de Sandra Carvalho continua a manter-me agarrado nos momentos menos credíveis. Não nego, não consigo resistir à sua magia.
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