quarta-feira, 29 de maio de 2019

10 livros que sempre quis muito muito ler mas ainda não calhou

O blogue nlivros, veterano nesta blogosfera literária e cujo autor é um querido amigo cibernáutico, lançou uma nova rubrica: chama-se "10 livros..." e promete ser uma forma divertida de se dar a conhecer através de uma lista de 10 livros sobre diferentes temáticas. Já podem ler os seus "10 livros favoritos" e mais recentemente os "10 livros que sempre quis muito muito ler mas ainda não calhou". É também uma excelente oportunidade para irmos tirando dicas!

Fui desafiado a fazer a minha própria lista de 10 livros que sempre quis ler mas nunca calhou. E aqui está ela (desculpa a demora Miguel, mas cá está!).

Hoje começa a Feira do Livro, portanto é a minha forma de o celebrar (e quem sabe de tentar comprar alguns destes livros).

A ideia é um mimo, e por alguma razão nós leitores adoramos listas! Mas seleccionar estes livros é efectivamente mais difícil do que pensava. A verdade (agora vou contradizer-me um bocadinho) é que vou-me esquecendo de muitos desses livros... Até ao dia em que me cruzo com eles de novo.
Portanto, como sempre, esta não será uma lista fixa, e quiçá existe algum livro de que me estou a esquecer que devia estar aqui, mas estes de certeza são alguns dos que sempre quis muito muito ler, mas nunca calhou.



As Benevolentes
Um calhamaço verdadeiramente assustador, com letras pequeninas e tudo. É uma autobiografia fictícia de um oficial nazi, que promete explorar as atrocidades do Holocausto e a condição humana aos olhos desse vilão. O livro tem sido amplamente discutido, é considerado um clássico moderno e parece ser extremamente complexo, não na sua história mas sim na captura das estranhas motivações do ser humano. Lembro-me de quando foi publicado em Portugal, e sinceramente não tinha interesse nenhum (porque suspeito que possa ser tão aborrecido quanto parece). Mas depois comecei a pegar nele e, o que querem que diga, tenho um fraquinho por calhamaços.


A Divina Comédia
Fora o facto de ser um clássico da Literatura Mundial, acho a edição portuguesa traduzida por Vasco Graça Moura muitíssimo bem tratada. E por vezes isso basta para querer pegar num livro.







Baudolino
Não é certamente o livro mais popular de Umberto Eco, nem parece ser o mais aplaudido. Também é verdade que ainda não li um livro deste afamado escritor, e O Nome da Rosa poderia muito bem figurar nesta minha lista também. A verdade é que lembro-me de Baudolino desde muito jovem, de vê-lo nas estantes da biblioteca da escola, sem alguma vez ter pegado nele, e o bichinho atrás da orelha cá ficou. Talvez fosse mais inteligente ler primeiro o clássico O Nome da Rosa. Mas é difícil contrariar aquela curiosidade que vem de menino.


Metamorfoses
Eu tenho este livro cá em casa, e isso sim é chocante. E gostaria imenso de pegar nele, mas é um clássico da Antiguidade que parece exigir uma boa dose de dedicação e ainda não me senti disponível para o atacar. É um livro com centenas de histórias da mitologia grega, e quero de facto dedicar toda a minha atenção a cada uma. Portanto, continua aqui, ao meu lado, à espera que eu respeite as suas exigências. (e atenção, poderia muito bem servir de "livro de cabeceira", daqueles que se vai lendo um bocadinho de cada vez, mas eu ainda não funciono com esse ritmo de leitura).


Istambul
Mais um livro que tenho cá em casa... Aliás, a minha paixão por Orhan Pamuk é, devo dizer, perfeitamente infundada: nunca tinha lido nada dele quando comprei não um mas quarto livros dele! Pura e simplesmente porque durante uns tempos andei absolutamente fascinado por Istambul, de onde o escritor é natural e onde se passam grande parte das suas histórias. Li Uma Vida Nova e gostei muito, sem se ter tornado um dos meus livros preferidos (a escrita e a atmosfera são muito pesadas, mas a conclusão foi para mim brilhante na altura). Este Istambul é um livro de um escritor e de uma cidade pelos quais tenho um estranho fascínio (e tal como ainda não li muito de Pamuk, também nunca visitei Istambul). Ainda não peguei propriamente nele porque, mais uma vez, não calhou, e porque de facto a escrita de Pamuk não é a mais convidativa.


Quando Nietzsche Chorou
Sinceramente, um daqueles livros sobre o qual não sei absolutamente nada, nem quero saber, porque sempre quis imenso lê-lo e vou gostar de ir sem quaisquer expectativas. Ainda não calhou porque, como quase sempre, outros livros se puseram à frente no carrinho de compras.


Assim Falava Zaratrusta
E se falo de Nietzsche, não posso deixar de falar de um dos clássicos filosóficos do escritor. Das minhas aulas de Filosofia, muitos foram os livros que apontei para ler, mas este mantém-se como aquele que mais me chama a atenção.





Os Miseráveis
Este quase que se explica a si próprio: é uma das maiores obras da Literatura Mundial, amplamente conhecida, nem que seja pelo popular musical, o qual aliás já tive o prazer de ver em West End, em Londres, e adorei. Por isso mesmo, mas posso esperar pelo dia em que vou ter tempo suficiente para o ler.


O Elogio da Sombra
Um ensaio que me parece belíssimo sobre o simbolismo da sombra na cultura nipónica e a discrepância com a cultura ocidental da luz. Conheci este livro a partir de um pequeno curso que fiz sobre História Japonesa e desde então quero muito ler. Sem o ter lido, deixo aqui como sugestão para quem tenha interesse em compreender melhor alguns elementos da estética da cativante cultura japonesa (e não estou a falar dos animes ou das metrópoles, este livro foi escrito no início do séc. XX, ainda antes da invasão dos EUA, quando ainda se lutava pelos valores tradicionais japoneses).









Fogo do Céu
É o primeiro livro de uma trilogia de ficção histórica sobre Alexandre O Grande. É um clássico esquecido, mas não por mim. Apesar de supostamente apresentar um Alexandre demasiado perfeito, é bastante aplaudido pela exactidão histórica da sociedade grega da época. Também um livro que conheço desde muito jovem mas que nunca calhou comprar.

3 comentários:

Miguel Chaíça disse...

Grande Pedro!

Obrigado pela resposta ao repto, é mesmo isso que eu procuro, uma interacção entre bloggers, algo tão normal há alguns anos, mas agora, enfim, tão estranho para a maioria.

Em relação à tua lista, AINDA NÃO LESTE OS MISERÁVEIS????? :(

Essa é daquelas obras OBRIGATÓRIAS. É daqueles livros que classifico como obrigatório ler!

Dos restantes, aconselho As Benevolentes, que é de facto um livro portentoso, mas atenção, de leitura não muito fácil. Não pela linguagem em si, pela estrutura, mas sim porque basta vezes se torna algo maçudo.

Baudolino também já li. Gostei muito mas fica aquém do Nome da Rosa, sem dúvida.

Eu adorei Quando Nietzsche Chorou. Preencheu-me completamente e fez-me tornar fã de Yalom, aliás este livro foi o impulsionador para ler tudo de Yalom, um autor que aconselho.

Gostei da tua lista!

Ah, e sábado lá estarei na feira do livro. ;)

Abraço!

Pedro disse...

Achei a rubrica mesmo engraçada, e fico à espera das tuas próximas ideias! (vou fazer por piada os meus 10 livros preferidos, mas sinceramente cheira-me que vai ser ainda mais difícil)

Perdoai-me!!! E não li precisamente porque... Nunca calhou. Aliás, tenho dois clássicos que sei que já devia ter lido mas nunca calhou: "Os Miseráveis" e "O Conde de Monte Cristo". E por nenhuma razão em especial. Este Verão, se tiver disponibilidade, serão os meus desafios.

Vamos ver se este ano leio pelo menos um livro desta lista (para alguma coisa isto deve servir).


Espreitei a Feira hoje à tarde! Lá fiz o meu desvio para ir lá ter. Quanto ao tamanho, confesso que não noto diferença nenhuma. Notei sim mais espaços abertos como os da Leya.
Senti falta de tasquinhas diferentes. No fundo a fartura é o tradicional, mas hoje em dia há tantos petiscos e doces diferentes para ter num evento destes. Achei pobre. Na "Wonderland", que costumam fazer no Natal, era o oposto, tinham todo o tipo de comidas e bebidas que se podia imaginar. Uma pessoa vai pelos livros, mas um vinho quente medieval ou um bubble waffle até torna a coisa mais divertida.

Acabei por adquirir "A Voz da Terra", de Miguel Real (livro do dia, a dez euros) e, uma sugestão tua que decidi arriscar pela garantia de exactidão histórica, os dois volumes de "Asteca" (a cinco euros cada um). Fiquei surpreendido, aproveitando bem as promoções conseguem-se bons negócios (talvez um dia tente aproveitar a Hora H, 50% de desconto em livros com mais de 18 meses, ou a promoção da Leya de Leve 4 Pague 3. A editora 20|20 também faz a mesma promoção, e parece ter livros muito bons a cinco euros - eles engoliram a Cavalo de Ferro, e herdaram uma boa bibliografia). Não sei se este sábado consigo ir, mas quero ver se consigo lá voltar!

Miguel Chaíça disse...

Voz da Terra e Asteca são obras muito boas. Pessoalmente adorei ambas e de facto aconselho-as.
Foi uma boa compra, sem dúvida.

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