quinta-feira, 14 de junho de 2012

Releitura de "A Muralha de Gelo", de George R. R. Martin

Sem fôlego. É assim que continuo a ficar depois de ler "A Muralha de Gelo". É a terceira vez que leio o livro e fico sempre sem respiração, de tal forma os acontecimentos se desenrolam. Os últimos capítulos são não só de uma velocidade estonteante, com situações que mudarão o decurso de toda a história e das suas personagens, como estão muitíssimo bem escritos.

Nesta segunda parte do primeiro livro (A Game of Thrones, no original, que foi dividido em A Guerra dos Tronos e A Muralha de Gelo cá em Portugal), já estamos bastante familiarizados com os Sete Reinos e os seus intervenientes. Agora assistimos às consequências do primeiro livro: uma nova guerra. Com muitas, muitas surpresas pelo caminho. Surpresas chocantes aliás. Para o primeiro livro de uma série, é talvez o mais chocante que alguma vez foi escrito. A fama do escritor já é bem conhecida: não é nada misericordioso com as suas personagens.

Apesar dos acontecimentos presentes, as partes do texto que remetiam ao passado, à altura em que os Targaryen ainda reinavam, no início da Guerra do Usurpador, continuam a ser os que mais me atraem. Talvez porque já conheço todas as surpresas, estes flashbacks são essenciais para vir a descobrir a verdade que o autor provavelmente só revelará nos últimos livros. Aqui e ali vamos identificando algumas pistas que me levam a crer que Martin sabe como o sétimo livro irá acabar.

Para além da guerra nos Sete Reinos, Daenerys, herdeira Targaryen, continua a sua vida no outro continente, e desta vez tem um crescimento muito grande. Aliás, os seus últimos capítulos são emocionantes (dos mais bem escritos para mim) e torna-se uma personagem completamente diferente, não uma rapariga mas sim uma mulher mais forte, mais ambiciosa, a verdadeira Herdeira dos Dragões.

O livro chama-se "A Muralha de Gelo", mas não por alguma razão em especial. Jon, o bastardo Stark, assume o seu destino nessa Muralha e aquilo que se encontra para lá dela parece estar cada vez mais próximo. A magia continua a ser apenas uma lenda, algo desaparecido há milhares de anos, mas tudo indica que no futuro isso deixe de ser assim.


Talvez porque já conhecia o que ia acontecer neste livro (e, acreditem, acontece muita coisa, muitas reviravoltas e muitas cenas de cortar a respiração!!!), acabei por me sentir mais envolvido por outros elementos. As cenas de guerra pouco me chamaram a atenção, ao contrário por exemplo das conversas entre as várias Casas e os seus planos. Talvez por isso sinta que a primeira releitura foi ligeiramente melhor do que esta. Como já referi, continuo bastante interessado pelos acontecimentos passados, que Martin dá a entender serem cruciais para entender a história e o que poderá vir aí. De qualquer forma, encontro-me viciado nesta saga. Leio As Crónicas de Gelo e Fogo como se estivesse a ler uma história e, ao mesmo tempo, como se estivesse a estudá-la. O que me deixa mais empolgado, o que me põe verdadeiramente em pulgas, é saber que ainda há tanta coisa que vem aí e querer ler os livros o mais rapidamente possível, não consigo aguentar a excitação de saber o que acontecerá no futuro (continuo, contudo, a estar a reler os livros até ao quinto).


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