When God receives a request from Fátima to help prevent a war between
Fidel Castro and JFK, he asks his son, Jesus, to return to Earth and
diffuse the conflict. On his island, Fidel Castro faces protests on the
streets and realizes that he is about to be overthrown. Alone,
surrounded, and aware that the end is fast approaching, he plays his
last card. Meanwhile, Christ arrives on Earth and teams up with Fátima,
who is convinced she can create a miracle to avoid the final battle
between JFK and Fidel Castro and save the world as we know it. At the
end, something really extraordinary happens!
Humorous, rich
with metaphor, and refreshingly imaginative, The Tragedy of Fidel Castro
was chosen as the book-of-the-month and book-of-the-year by Os Meus
Livros magazine.
"The Tragedy of Fidel Castro is a magic realism hybrid of sacrificial lambs and revolution, capitalistic
decadence, and celestial consequence in a dimension where the cogs of time have jammed!"
- Mark Spitzer - Toad Suck Review Editor, Professor of Writing at the University of Central Arkansas
"Brilliant satire, playfully serious... do not waste even a single paragraph"
- Rita Bonet, Os Meus Livros
Não estou nada habituado ao género de História Alternativa.
Sou um fã de Romances Históricos, desses livros que têm o dom de nos transportar no tempo e no espaço e de dar uma cara, uma personalidade, aos nomes que ficaram marcados nos nossos Anais. Mais ainda, quando procuro um romance histórico não só procuro boa escrita mas também uma boa base histórica, um livro que seja fiel aos acontecimentos passados, que me ensine. Gosto de conhecer, gosto de "estudar" um pouco de tudo, e um romance assim é um excelente meio para explorar com alguma profundidade a História do Mundo.
E portanto, um livro de História Alternativa, que pega em algumas personagens ou eventos históricos e distorce a realidade... Não é a minha "praia", como se diz popularmente. É, contudo, um excelente exercício de escrita, que bem feito pode trazer à tona escritores com uma imaginação prodigiosa e uma visão do mundo bastante interessante. É o caso de João Cerqueira, que com esta obra prova não só ser um escritor de uma voz muito única mas também um pensador perspicaz.
História Alternativa não é, infelizmente, um género muito publicitado em Portugal. Mas João Cerqueira, com A Tragédia de Fidel Castro, vai mais longe e consegue conquistar terras além-mar! Só por isso, e porque nem sempre a Literatura Portuguesa tem essa honra, devemos atentar na obra.
Deus, Cristo, Fátima, Fidel Castro e Kennedy. Personagens icónicas num conto mirabolante e que se atreve a tocar o ridículo. Mas não é o ridículo de pouco valor. É o ridículo satírico, o ridículo humano. Cerqueira reinventa os ícones da História, ridiculariza-os, apenas para os tornar mais humanos.
Fidel é um homem atormentadíssimo e ocasionalmente travesti, Cuba invade os Estados Unidos e Kennedy usa uma espada. Pode parecer bastante bizarro, e talvez o seja, mas uma vez mergulhados neste imaginário não são estas as imagens que ficam marcadas na nossa cabeça, mas sim as reflexões que delas retiramos. É um livro de uma qualidade literária intensa, um olhar profundo, perspicaz, lúcido (apesar dos aparentes desvarios), inteligentíssimo sobre as nossas sociedades, os ideais políticos, religião, e as motivações que nos guiam.
A sátira política e religiosa mais inteligente que eu já li.
O título e a sinopse são um pouco enganadores, já que sugerem um livro com um enredo mais viciante (e quiçá mais fantasioso. É um livro surreal sim, mas não fantástico). Não esperem isso. É um livro intelectual. Mas uito agradável de se ler. Desiludam-se aqueles que procuram uma leitura compulsiva, daquelas que nos obrigam a ficar acordados noite fora. Dificilmente o será. Mas garanto que cada página é uma excelente degustação!
E aliada à história, a escrita de João Cerqueira destaca-se como uma forte candidata ao lugar de uma das escritas mais reconhecíveis de sempre. Cerqueira perde-se nos pormenores, quase que dissecando cientificamente tudo o que se propõe a descrever, seja um objecto seja um sentimento. Pode dar-se ao trabalho de encontrar o medo dentro de uma gota de suor, ou acompanhar os mecanismos de um relógio de parede enquanto o tempo passa, dando a impressão que se perde em abstracções. Parece demasiado detalhado, até escusado, mas acreditem que não o é, de todo! É na verdade uma escrita observadora, que conjuga o prazer da leitura (que qualquer pessoa procura, seja qual for a expectativa em relação ao livro) à inteletualidade da obra, com muito sucesso. Nunca a leitura se torna cansativa. Mais uma vez, muito único.
Recomendo vivamente.
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