segunda-feira, 10 de março de 2014

Excalibur, de Bernard Cornwell

Este é o terceiro livro da série CRÓNICAS DO SENHOR DA GUERRA

"Uma história de Artur e Guinevere, de Merlim e Nimue e da Bretanha na sua Idade das Trevas. Excalibur é uma história de amor, guerra, lealdade e traição, povoada por princesas e bardos, magos e lanceiros. Este é o terceiro volume da brilhante série da Bretanha Arturiana de Bernard Cornwell."


Chegamos ao fim da série de Cornwell que tenta retratar a lenda de Artur numa versão mais verosímil, e bem mais distorcida (já que Cornwell decide alterar tanto algumas características das famosas personagens). É uma conclusão emocionante, uma despedida sentida a um mundo, uma história e uma família da qual fizémos parte durante três brilhantes livros.

Sou um enorme fã de Literatura Histórica, sobretudo quando passada na Idade Média, e também da lenda do Rei Artur. Portanto, era quase certo ir adorar esta série. E se adorei! Já nem vale a pena falar da escrita simples, directa, mas muito sentida de Cornwell, já que rapidamente nós nos esquecemos disso, tão embrenhados estamos na leitura, nas reviravoltas da história, no calor das batalhas. O destino é inexorável, desde o primeiro livro que somos avisados disso, e é a única coisa em que conseguimos pensar enquanto acompanhamos os Senhores da Guerra desta lendária Bretanha, um mundo cuja existência se mantém nas brumas que concluem a história de Artur nesta e em todas as versões da lenda (esta época da História quase não chegou até nós e as referências a Artur e seus contemporâneos são escassas, levando até muitos historiadores a negar a sua autenticidade).

Encontramos muitas reviravoltas, muitos desafios e muitos becos sem saída ao longo de Excalibur, que conduzem ao épico final da lenda de Artur. E talvez para os leitores o final de Cornwell não seja o mais satisfatório... Mas apenas porque muitos de nós são demasiado curiosos e exigentes e gostariam de ir ainda mais para além da história. É a conclusão mais fiel à própria lenda de Artur, sem tirar a credibilidade a este desafio do escritor.

Se há coisa que me admirou bastante (e aconteceu também no segundo volume da série) foi o aparecimento da magia. Também em Excalibur a sua presença parece bastante evidente, quase indo contra a premissa de uma história que tenta . Enfim, o autor consegue fazer destes fenómenos coincidências, mas é um passo bastante arriscado neste livro.

Ao virar da última página, ficamos com o coração aos pulos e um rasto de emoções enormes que se estenderam pelos três livros. Muitas aventuras, muitos dissabores mas também muitas alegrias, muita excitação, muita violência e dor, muitas paixões. Personagens altamente complexas, detalhadas e diferentes das que conhecemos de outras versões da lenda, o que apenas torna a leitura ainda mais empolgante. É extraordinário como a evolução das personagens está tão bem caracterizada. O jovem Derfel (protagonista da série e seu narrador) é tão diferente do Lorde Derfel, por sua vez tão diferente do idoso Derfel, e contudo nós não somos capazes de reparar nesses avanços, tão gradual e natural ela foi escrita.

Só tenho elogios a tecer. Só tenho a aconselhar esta série épica a todos aqueles que são fãs de boa Literatura, confiando que estou perante uma obra que pertence àquela estante das maiores obras literárias que todos devem ler antes de morrer.


2 comentários:

Iceman disse...

Grande Pedro!
Eu já li esta série umas 5 vezes e não me canso em dizer que é um das minhas obras preferidas.
Foi com essa série que conheci a literatura de Cornwell que, quanto a mim, é o melhor autor de romance histórico.
Acho que este é daquelas obras que é impossível não gostar.
Grande abraço!

Pedro disse...

Miguel, tens de me aconselhar mais obras dele! Acho que aquele que mais queria ler a seguir era "Stonehenge", e depois disso não faço ideia do que será melhor ou pior.

Foi uma leitura espectacular mesmo, ainda me está a custar pegar num livro seguinte.

Grande abraço!!

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