Sem fôlego. É assim que continuo a ficar depois de ler "A Muralha de
Gelo". É a terceira vez que leio o livro e fico sempre sem respiração,
de tal forma os acontecimentos se desenrolam. Os últimos capítulos são
não só de uma velocidade estonteante, com situações que mudarão o
decurso de toda a história e das suas personagens, como estão muitíssimo
bem escritos.
Nesta segunda parte do primeiro livro (A Game of Thrones, no original, que foi dividido em A Guerra dos Tronos e A Muralha de Gelo cá
em Portugal), já estamos bastante familiarizados com os Sete Reinos e
os seus intervenientes. Agora assistimos às consequências do primeiro
livro: uma nova guerra. Com muitas, muitas surpresas pelo caminho.
Surpresas chocantes aliás. Para o primeiro livro de uma série, é talvez o
mais chocante que alguma vez foi escrito. A fama do escritor já é bem
conhecida: não é nada misericordioso com as suas personagens.
Apesar
dos acontecimentos presentes, as partes do texto que remetiam ao
passado, à altura em que os Targaryen ainda reinavam, no início da
Guerra do Usurpador, continuam a ser os que mais me atraem. Talvez
porque já conheço todas as surpresas, estes flashbacks são essenciais
para vir a descobrir a verdade que o autor provavelmente só revelará nos
últimos livros. Aqui e ali vamos identificando algumas pistas que me
levam a crer que Martin sabe como o sétimo livro irá acabar.
Para
além da guerra nos Sete Reinos, Daenerys, herdeira Targaryen, continua a
sua vida no outro continente, e desta vez tem um crescimento muito
grande. Aliás, os seus últimos capítulos são emocionantes (dos mais bem
escritos para mim) e torna-se uma personagem completamente diferente,
não uma rapariga mas sim uma mulher mais forte, mais ambiciosa, a
verdadeira Herdeira dos Dragões.
O livro chama-se "A
Muralha de Gelo", mas não por alguma razão em especial. Jon, o bastardo
Stark, assume o seu destino nessa Muralha e aquilo que se encontra para
lá dela parece estar cada vez mais próximo. A magia continua a ser
apenas uma lenda, algo desaparecido há milhares de anos, mas tudo indica que no futuro isso deixe de ser assim.
Talvez porque já conhecia o que ia acontecer neste
livro (e, acreditem, acontece muita coisa, muitas reviravoltas e muitas
cenas de cortar a respiração!!!), acabei por me sentir mais envolvido
por outros elementos. As cenas de guerra pouco me chamaram a atenção, ao
contrário por exemplo das conversas entre as várias Casas e os seus
planos. Talvez por isso sinta que a primeira releitura foi ligeiramente
melhor do que esta. Como já referi, continuo bastante interessado pelos
acontecimentos passados, que Martin dá a entender serem cruciais para
entender a história e o que poderá vir aí. De qualquer forma,
encontro-me viciado nesta saga. Leio As Crónicas de Gelo e Fogo como
se estivesse a ler uma história e, ao mesmo tempo, como se estivesse a
estudá-la. O que me deixa mais empolgado, o que me põe verdadeiramente
em pulgas, é saber que ainda há tanta coisa que vem aí e querer ler os
livros o mais rapidamente possível, não consigo aguentar a excitação de
saber o que acontecerá no futuro (continuo, contudo, a estar a reler os
livros até ao quinto).
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