sábado, 4 de dezembro de 2010

Lua Azul, de Alyson Noel

Terminado o primeiro livro da série "Imortais", avancei imediatamente para o segundo. Estava ansioso por continuar a seguir as suas personagens e curioso para ver que história iria aparecer.

"Os Imortais" é uma série que tem uma imagem pouco original mas que consegue ser dos livros mais cativantes que por aí andam. Apaixonante, nunca aborrecido, bem escrito mas sem a pretensão de ter de ser realista, tem vindo a tornar-se um dos meus livros preferidos em Fantasia Urbana. Aliás, acho que é a primeira vez que a Fantasia Urbana consegue chamar-me tanto a atenção e cativar-me ao longo de um livro inteiro.

Não vou adiantar pormenores do enredo, pois haverá certamente quem ainda não leu o primeiro livro.
Geralmente, uma saga destas implica que o primeiro livro deixe algumas perguntas no ar, ou algumas personagens a ser exploradas no futuro. Não senti isso quando acabei de ler "Eternidade". Tudo podia ter ficado por ali. Pelo que "Lua Azul" revela-se mais o que nós chamamos de "sequela", com uma história diferente e a possibilidade de explorar todos os elementos mais para além do que se pediria. As personagens são as mesmas, mas o que remonta na história ao primeiro livro não depende deste ou o que quer que seja. Quase como se fosse uma história independente dentro de uma série, salvo claro certos pormenores.

Devido aos acontecimentos que se desenrolam nesta sequela, desaparecem aquelas tantas divagações de adolescentes que são tão frequentes no primeiro livro. Confrontada com um novo inimigo, Ever tem de ir mais além do que pensava e sacrificar muita coisa para salvar todos os que ama... E isso leva-a a explorar Summerland, a procurar a ajuda de Ava a médium, e a lutar sozinha e abandonada.

A história torna-se verdadeiramente empolgante. Nunca deixa de ser ligeiramente previsível, mas à medida que avançamos nasce esta dúvida, um receio do que poderá acontecer, fazendo-nos vibrar até ao final! Tem uma história bastante bonita, e ao contrário do que aconteceu no primeiro não achei que o Amor tivesse um papel tão piegas. Pelo contrário, favoreceu bastante a história e deu-lhe o toque fantástico que nos faz vibrar. É impressionante como somos capazes de odiar e amar as personagens. Não quero com isto dizer que seja um grande livro, mas uma vez interessados na série somos capazes de ser um pouco arrebatados.

Ultrapassados aqueles clichés que se fizeram sentir no primeiro livro, neste o mais desapontante é toda aquela fantasia em demasia, que acaba por saber a falta de plausibilidade. Summerland e todos aqueles processos mágicos assentam em teorias fracas, e quando pensamos que encontrámos alguma suficientemente forte para caracterizar essa terra mística e essa magia aparece um raio de luz qualquer que nos desilude. Conclui-se que, ainda que sejam elementos bastante interessantes na história, são tão controlados pela própria escritora que não há qualquer hipótese de conseguirmos imaginar uma dimensão assim. Eu sou, para além de leitor, homem de Ciências, e senti-me verdadeiramente estúpido quando vi que a autora utilizou o ADN para explicar uma certa maldição. Neste caso sim mais valia ter ficado pela magia pura.

Acabamos a leitura sem fôlego e com imensa vontade de continuar. Mesmo não sendo um livro "de outro mundo", é uma excelente leitura para quem já gostou das personagens que encontrou em "Eternidade". É também, acho eu, um bom salto na sua qualidade, com uma escrita igualmente cativante mas uma história mais atrevida, um vilão mais atractivo e um final incrível, alguns dirão trágico. Estou ansioso por saber como a história vai continuar, ansioso por saber se consigo manter este nível de interesse.

2 comentários:

Elphaba disse...

Eu gostei muito da história em torno de "Ever" no primeiro livro "Eternidade". Agora fiquei ainda mais curiosa para ler este.

Pedro disse...

Se gostaste do primeiro livro, vais adorar este tenho quase a certeza. Pega nele assim que puderes ;)

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