sábado, 27 de novembro de 2010

Eternidade, de Alyson Noël

"Eternidade é viciante. Quando não estava a lê-lo, estava a pensar como podia escapulir-me para ler mais algumas páginas. Não conseguia pousar o livro. Sonhava com o livro. E, quando acabei, não consegui tirá-lo da cabeça. Este livro é, simplesmente, de cortar a respiração." - Teens Read Too

O primeiro livro da extraordinária nova série Os Imortais de Alyson Noël. Entrem num novo mundo encantador onde o verdadeiro amor nunca morre...

Depois de um terrível acidente que lhe matou a família, Ever Bloom, de dezasseis anos, consegue ver as auras das pessoas que a rodeiam, ouvir os seus pensamentos e conhecer a história da vida de qualquer pessoa através de um simples toque. Desviando-se, sempre que possível, no sentido de evitar qualquer contacto humano e de esconder esses dons, Ever é vista como uma anormal na escola secundária à qual regressa. Mas tudo muda, quando conhece Damen Auguste. Damen é encantador, exótico e rico. E é a única pessoa que consegue silenciar o ruído e as manifestações de energia que invadem a cabeça de Ever. Ele transporta uma magia tão intensa que parece conseguir ler a alma de Ever. À medida que Ever é arrastada para o sedutor mundo de Damen, onde abundam os segredos e os mistérios, começam a surgir-lhe mais perguntas do que respostas. Além de que não faz ideia de quem realmente é... ou daquilo que é. Apenas sabe que se está a apaixonar desesperadamente.

À primeira vista, este livro não tem qualquer potencial. É tão parecido com tantos outros sobre vampiros que é difícil acreditar que vá ser diferente.
Surpreendentemente, este livro não é sobre vampiros. É sobre pessoas imortais. É parecido.
Depois, este é dos primeiros livros dentro do género no qual admirei verdadeiramente a escrita da autora, para além da história.

Não precisando de adiantar muito mais para além do que a contracapa diz, este foi para mim um excelente livro para adolescentes e sobre adolescentes. A pergunta que fica no fim é: porquê desperdiçar alguém tão talentoso a explorar esse tema com uma história de Fantasia? Porquê permitir que uma autora que consegue tão bem transmitir os anseios adolescentes, as suas dúvidas, as suas aventuras, as suas vontades, e que para além disso sabe escrever muito bem, numa história sobre seres "quase-vampiros"?

É um livro completamente previsível do início ao fim. Mesmo não sendo Damen um vampiro verdadeiro, tem tudo o que um vampiro tem e não tem. Não tratá-lo por vampiro é uma intenção de afastar o livro da vaga sobre estes seres.
Durante a leitura, senti que já tinha lido tudo aquilo nalgum lado... "Rapariga que lê mentes das pessoas... Rapaz super giro que se sente atraído pela rapariga mais discreta... Uma inimiga misteriosa e que parece relacionada com o rapaz super giro... A amiga da protagonista é a típica adolescente que não se sente encaixada em nenhum lado, portanto vai-se deixar influenciar demasiado...", e tudo o que entretanto acontece. É como se a autora tivesse pegado em cada coisa de vários livros e misturado tudo, formando uma história própria. Influências todos temos e não é por aí que pretendo criticar, mas neste livro são demasiado evidentes.
Há no final uma teoria, respeitante ao amor, que não me agradou. Uma coisa é um livro como "Crepúsculo", pode ser lamechas mas trata-se do amor entre duas pessoas. O amor como arma, no entanto, não me deixa convencido, pelo menos da maneira como foi tratado neste livro. Depois de uma história que, apesar da sua previsibilidade, mostrou-se interessante de acompanhar, esperava mais desse final.

Pois é, apesar de tudo foi uma leitura interessante. Não custa acompanhar esta história, e muito menos se torna aborrecida. É apenas previsível e nada do que é dito já não foi lido. Compensa, de facto, com uma escrita maravilhosa.

Ainda que algumas personagens pareçam estereotipadas, para mim a autora mostra neste livro um talento único para não só criar personagens com as quais simpatizamos desde o início como abordá-las como adolescentes. Não foram os imortais que me fascinaram, mas sim as várias fases e questões da nossa adolescência, a vida de algumas personagens que, não obstante as suas capacidades psíquicas, não deixam de ser jovens. Talvez por isso tenha gostado tanto delas, talvez por isso tenha gostado da escrita de Noël e talvez por isso tenha ficado não ansioso por ler o segundo livro da série mas sobretudo ansioso por encontrar de novo estas personagens. Espero um dia vir a experimentar os livros da autora sem todos os elementos fantásticos (que acabam por criar expectativas nos leitores, que claro não lêem este livro para apreciar os comportamentos adolescentes mas sim para explorar ao máximo o mundo fantástico que oferece. Todo o livro acaba por deixar bastante de lado o fantástico para se debruçar sobre os adolescentes em si).
Uma escritora a ter em atenção.

1 comentário:

Ana Carolina disse...

http://oblogdaminhapessoa.blogspot.com/

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